sexta-feira, 5 de julho de 2013

A igreja anti-teologia


“Os bereanos eram mais nobres do que os tessalonicenses, pois receberam a mensagem com grande interesse, examinando todos os dias as Escrituras, para ver se tudo era assim mesmo”.
Atos 17:11 (NVI) 

Algumas igrejas insistem num discurso que, no mínimo, se assemelha a igreja Católica no período das inquisições. A triste homília daqueles que vêem na teologia o câncer eclesiástico estão simplesmente repetindo a história que envergonhou a humanidade, onde a igreja perseguiu e matou homens pelos simples fato de pensarem de modo diferente.

A perseguição contra aqueles que ousam pensar, especialmente no que tange a teologia e outras questões espirituais sempre viveram sob a ameaça, tanto dos “papas” católicos como também dos “papas” evangélicos. Entretanto, o que é teologia senão aproximar o homem de Deus? Qualquer outra definição que não conduza para esta mesma linha de pensamento está distante da verdadeira teologia.

A luta anti-teologia é na verdade uma luta contra o pensar, pois é muito mais fácil manipular as massas sem estudo do que os “rebeldes” que pensam criticamente o sistema e as motivações imperceptíveis. O problema da igreja não está na teologia, mas na falta de teologia.

O discurso proibitivo contra a teologia se camufla na verdadeira intenção que ao que parece é abafar e controlar as mentes fracas que indubitavelmente permeiam os recônditos eclesiásticos. Uma igreja que não pensa de maneira teológica não pode ser uma igreja, pois qualquer pregação que seja bíblica terá que ser teológica, ou então não é bíblica.

Os seminários teológicos deveriam estar cheios, mas infelizmente não é muito difícil encontrar escolas teológicas que estão com dificuldades financeiras, prestes a fecharem as portas. Isto é o resultado de uma mentalidade eclesiástica medíocre, que se contenta em fazer um curso de no máximo nove meses, com aulas apenas uma vez por semana e acham que não precisam mais estudar. Infelizmente, o reflexo de uma igreja sem estudo teológico é a execrável realidade de um aglomerado de fanáticos e místicos.

O cristianismo pós-moderno tem posto a experiência pessoal acima das crenças bíblias, o que contribuí substancialmente para uma degeneração do Corpo de Cristo. A Bíblia perde espaço para manifestações bizarras e desprovidas de fundamentação bíblica. Entretanto, tal situação é sutil aos olhos daqueles que fazem da igreja o seu comercio pessoal.

Martinho Lutero quando fez a Reforma Protestante em 1517 travou uma luta para recolocar a bíblia de volta no lugar devido, ou seja, no centro da igreja e no âmago da cristandade. Que possamos ser revestidos da autoridade de Deus e defender a qualquer custo o ensino teológico nas igrejas evangélicas antes que seja tarde demais e venhamos a precisar de uma nova reforma, só desta vez dentro das igrejas evangélicas.

Ainda se escuta a profecia de Isaias: “portanto o meu povo será levado cativo, por falta de entendimento...” - Isaias 5:13.

Fortalecido pela cruz de Cristo,
Vinicius Seabra | vinicius@mtn.org.br
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Artigo escrito em: 06 de Outubro de 2006

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